quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Biogeografia da Amazônia - Apresentação e discussão

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Dia 21 de setembro, Sexta Feira
15hs
Auditorio do BADPI (a confirmar)

MacArthur & Wilson na Amazônia?! Ensaios
ornitológicos em biogeografia de ilhas

Sérgio Henrique Borges
Fundação Vitória Amazônica

Animais e plantas que habitam ilhas ao redor do planeta sempre fascinaram filósofos, naturalistas e pesquisadores modernos. A influência das ilhas no pensamento biológico é claramente ilustrada pelos “insights” fundamentais que Darwin e Wallace tiveram a partir de suas experiências de campo nas ilhas de Galápagos e do arquipélago Malaio, respectivamente. A partir do modelo de equilíbrio dinâmico de MacArthur e Wilson, proposto no fim dos anos 1960, o estudo da biota das ilhas se consolidou como uma disciplina com explícita capacidade preditiva. Nas últimas décadas novas sínteses de estudos da biodiversidade em ilhas aperfeiçoaram o modelo de MacArthur e Wilson, mantendo a biogeografia de ilhas como uma disciplina dinâmica e estimulante. Mas o que a biogeografia de ilhas tem a contribuir com o estudo da biodiversidade na Amazônia, um bioma notório pela continuidade e grande extensão de área ocupada por seus ambientes? Vários ambientes que compõem o bioma amazônico se manifestam em forma de ilhas reais (p. ex. ilhas fluviais) ou de hábitats insulares (p. ex. campinas amazônicas). Atividades antropogênicas deram origem a hábitats insulares como fragmentos florestais e ilhas em lagos artificiais de hidrelétricas. Além disso, inundações da bacia amazônica mediadas por incursões marinhas ocorridas em vários momentos do período geológico, podem ter deixados marcas históricas na organização da biota atual (ilhas históricas). Nesta palestra são apresentados alguns resultados de estudos com aves em sistemas naturalmente ilhados na Amazônia: montanhas guianenses (tepuis) do norte da bacia, campinas de areia branca ao norte do rio Amazonas e ilhas fluviais do Rio Negro. As distribuições das aves nestes distintos sistemas apresentaram padrões às vezes concordantes, às vezes discordantes dos previstos pelos modelos clássicos de biogeografia de ilhas. Como conclusão preliminar eu acredito que modelos de biogeografia de ilhas podem ser úteis como marcos referenciais para se estudar a biodiversidade dos ambientes de natureza insular na Amazônia.

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