quarta-feira, 14 de abril de 2010

Palestra: Evolução do Sistema fluvial da Amazônia e significância do Arco de Purus


PALESTRA AMANHÃ
(Quinta feira, 15 de abril de 2010, 17hs, Auditório do BADPI)



Evolução do Sistema fluvial da Amazônia e significância do Arco de Purus com base na estratigrafia e proveniência de depósitos do Cretáceo Superior e Cenozóico da Amazônia Central


Dr. Afonso Nogueira

Instituto de Geociências

Universidade Federal do Pará


segunda-feira, 8 de março de 2010

Amazonia: Landscape and Species Evolution

Este livro foi lançado em fevereiro de 2010 e traz muita informação sobre a história das paisagens Amazônicas. Essas informações são muito interessantes para entendermos melhor a origem e organização espacial da diversidade que estudamos. Abaixo, a listagem dos capítulos do livro. Podemos escolher alguns para discutir nas próximas reuniões.


AMAZONIA: LANDSCAPE AND SPECIES EVOLUTION - INDEX:

1 Introduction: Amazonia, landscape and species evolution (Carina Hoorn and Frank P. Wesselingh).

Part I Tectonic processes as driving mechanisms for palaeogeographical and palaeoenvironmental evolution in Amazonia

2 Geological evolution of the Amazonian Craton (Salomon B. Kroonenberg and Emond W.F. de Roever).

3 The Paleozoic Solimões and Amazonas basins and the Acre foreland basin of Brazil (Joaquim Ribeiro Wanderley-Filho, Jaime Fernandes Eiras, Paulo Roberto da Cruz Cunha and Paulus H. van der Ven).

4 Tectonic history of the Andes and sub-Andean zones: implications for the development of the Amazon drainage basin (Andres Mora, Patrice Baby, Martin Roddaz, Mauricio Parra, Stéphane Brusset, Wilber Hermoza and Nicolas Espurt).

5 Cenozoic sedimentary evolution of the Amazonian foreland basin system (Martin Roddaz, Wilber Hermoza, Andres Mora, Patrice Baby, Mauricio Parra, Frédéric Christophoul, Stéphane Brusset and Nicolas Espurt).

6 The Nazca Ridge and uplift of the Fitzcarrald Arch: implications for regional geology in northern South America (Nicolas Espurt, Patrice Baby, Stéphane Brusset, Martin Roddaz, Wilber Hermoza and Jocelyn Barbarand).

Part II Cenozoic depositional systems in Amazonia

7 The Amazonian Craton and its influence on past fluvial systems (Mesozoic-Cenozoic, Amazonia) (Carina Hoorn, Martin Roddaz, Rodolfo Dino, Emilio Soares, Cornelius Uba, Diana Ochoa-Lozano and Russell Mapes).

8 The development of the Amazonian mega-wetland (Miocene; Brazil, Colombia, Peru, Bolivia) (Carina Hoorn, Frank P. Wesselingh, Jussi Hovikoski and Javier Guerrero).

9 Marine influence in Amazonia: evidence from the geological record (Jussi Hovikoski, Frank P. Wesselingh, Matti Räsänen, Murray Gingras and Hubert B. Vonhof).

10 Megafan environments in northern South America and their impact on Amazon Neogene aquatic ecosystems (M. Justin Wilkinson, Larry G. Marshall, John G. Lundberg and Mikhail H. Kreslavsky).

11 Long-term landscape development processes in Amazonia (Georg Irion and Risto Kalliola).

Part III Amazonian climate, past and present

12 Climate variation in Amazonia during the Neogene and the Quaternary (Hubert B. Vonhof and Ron J.G. Kaandorp).

13 Modelling the response of Amazonian climate to the uplift of the Andean mountain range (Pierre Sepulchre, Lisa C. Sloan and Frédéric Fluteau).

14 Modern Andean rainfall variation during ENSO cycles and its impact on the Amazon drainage basin (Bodo Bookhagen and Manfred R. Strecker).

Part IV Cenozoic development of terrestrial and aquatic biota: insights from the fossil record

15 A review of Tertiary mammal faunas and birds from western Amazonia (Francisco Ricardo Negri, Jean Bocquentin-Villanueva, Jorge Ferigolo and Pierre-Olivier Antoine).

16 Neogene crocodile and turtle fauna in northern South America (Douglas Riff, Pedro Seyferth R. Romano, Gustavo Ribeiro Oliveira and Orangel A. Aguilera).

17 The Amazonian Neogene fish fauna (John G. Lundberg, Mark H. Sabaj Pérez, Wasila M. Dahdul and Orangel A. Aguilera).

18 Amazonian aquatic invertebrate faunas (Mollusca, Ostracoda) and their development over the past 30 million years (Frank P. Wesselingh and Maria-Inês F. Ramos).

19 The origin of the modern Amazon rainforest: implications of the palynological and palaeobotanical record (Carlos Jaramillo, Carina Hoorn, Silane A.F. Silva, Fatima Leite, Fabiany Herrera, Luis Quiroz, Rodolfo Dino and Luzia Antonioli).

20 Biotic development of Quaternary Amazonia: a palynological perspective (Hermann Behling, Mark Bush and Henry Hooghiemstra).

Part V Modern perspectives on the origin of Amazonian biota

21 Contribution of current and historical processes to patterns of tree diversity and composition of the Amazon (Hanster Steege, ATDN (Amazon Tree Diversity Network: collective author) and RAINFOR (The Amazon Forest Inventory Network: collective author).

22 Composition and diversity of northwestern Amazonian rainforests in a geoecological context (Joost F. Duivenvoorden and Alvaro J. Duque).

23 Diversifi cation of the Amazonian flora and its relation to key geological and environmental events: a molecular perspective (R. Toby Pennington and Christopher W. Dick).

24 Molecular studies and phylogeography of Amazonian tetrapods and their relation to geological and climatic models (Alexandre Antonelli, Adrián Quijada-Mascareñas, Andrew J. Crawford, John M. Bates, Paúl M. Velazco and Wolfgang Wüster).

25 Molecular signatures of Neogene biogeographical events in the Amazon fish fauna (Nathan R. Lovejoy, Stuart C. Willis and James S. Albert

Part VI Synthesis

26 On the origin of Amazonian landscapes and biodiversity: a synthesis (Frank P. Wesselingh, Carina Hoorn, Salomon B. Kroonenberg, Alexandre Antonelli, John G. Lundberg, Hubert B. Vonhof and Henry Hooghiemstra).

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A identificação de componentes bióticos como um problema em biogeografia com exemplos amazônicos


Desde os tempos de Buffon, é bem conhecido que regiões diferentes do planeta hospedam biotas distintas, mas com algumas espécies em comum. Em 1858, o ornitólogo Philip Sclater propôs que um problema importante para a história natural seria estabelecer a “divisões ontológicas mais naturais” do planeta. O próprio Sclater propôs uma destas divisões que depois foi seguida com alguma modificação por Wallace. Esta é a conhecida divisão do mundo em regiões Neotropical, Neártica, Paleotropical etc. As questões levantadas por Sclater continuam modernas mesmo depois de tanto tempo e do advento das ferramentas de geoprocessamento e da sistemática molecular.

Recentemente, em sua proposta de biogeografia evolutiva, Morrone (2009) sugeriu que antes de fazer tais regionalizações biológicas é necessário identificar os componentes bióticos de uma fauna ou flora. Tais componentes bióticos são “conjuntos de táxons integrados espaço-temporalmente que coexistem em determinada área” (Morrone 2009). Do ponto de vista de abordagens conceituais/metodológicas estes componentes bióticos podem ser identificados ou reconhecidos através de traços generalizados da tradição panbiogeografica de Croizat, de áreas de endemismo da tradição da biogeografia cladística e, mais recentemente, dos elementos bióticos propostos por Hausdorf com raízes na biogeografia ecológica.

Como identificar os componentes bióticos na Amazônia? Há tempos a Amazônia é tida como uma região biogeograficamente distinta de outras regiões. Entretanto, as divisões ontológicas internas na Amazônia ainda precisam ser mais bem conhecidas, ainda mais em um sistema com biodiversidade sub-amostrada. Talvez tenha sido o ornitólogo e geólogo Jürgen Haffer, o primeiro a descrever as divisões internas da Amazônia no escopo da teoria dos refúgios. Haffer iniciou uma tradição de se identificar componentes bióticos na Amazônia que se estendeu a vários táxons como plantas e invertebrados. Infelizmente, tal tradição teve seu ímpeto refreado pela conclusão de que a sub-amostragem de biodiversidade na bacia amazônica tinha grande efeito no estabelecimento dos componentes bióticos regionais. A escassez de dados, entretanto, não deve ser desculpa para não se avançar no entendimento das divisões biogeográficas da Amazônia com o risco de considerá-la homogênea do ponto de vista da distribuição das espécies.

Os biólogos que trabalham na Amazônia devem continuar avançando no conhecimento da fauna e flora de vários sub-setores da bacia, bem como sintetizar os conhecimentos esparsos da distribuição destas espécies para elaborar cenários hipotéticos de componentes bióticos. Algumas propostas de componentes bióticos para a Amazônia já existem na forma de áreas de endemismo e de traços generalizados. O quanto estes componentes se aplicam a diversos táxons ainda precisa ser melhor investigado. A identificação de componentes bióticos para a Amazônia é de fundamental importância para se entender os cenários de evolução geobiótica e estabelecer e avaliar as prioridades de conservação regional.

Texto e condução da discussão dia 25: Dr. Sergio Henrique Borges (FVA)

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Artigos para leitura e discussão dia 25 de fevereiro de 2010

Harold, A.S. e Mooi, R.D. 1994. Areas of endemism: definition and recognition criteria. Systematic Biology 43: 261-266.

Hausdorf, B. 2002. Units in biogeography. Systematic Biology 51: 648-652.

Morrone, J. 1994. On the identification of areas of endemism. Systematic Biology 43: 438-441.

Morrone, J. 2004. Panbiogeografía, componentes bióticos y zonas de transición. Revista Brasileira de Entomologia 48: 149-162.

Literatura Complementar

Franco, P.R. e Berg, C.C. 1997. Distributional patterns of Cecropia (Cecropiaceae): a panbiogeographic analysis. Caldasia 19: 285-296.

Morrone, J. 2000. A new regional biogeography of the Amazonian subregion, mainly based on animal taxa. Anales de Instituto de Biología de la UNAM, Serie Zoologia 71: 99-123.

Morrone, J. 2001. Homology, biogeography and areas of endemism. Diversity and Distributions 7: 297-300.

Morrone, J. 2009. Evolutionary biogeography: an integrative approach with case studies. Columbia Press.

Silva, J.M.C, Rylands, A., Fonseca, G. 2005. O destino das áreas de endemismo da Amazônia. Megadiversidade 1: 124-131.



terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Diversification of the Amazonian biota: reconstructing a complex history


Voltamos às atividades do grupo em 2010 com uma palestra do Dr. Joel Cracraft, curador da coleção de Aves do American Museum of Natural History, NY, EUA. O Dr. Cracraft teve papel importante na evolução da teoria em sistemática, biogeografia e padrões de diversificação, tendo estudado a avifauna de diferentes regiões do mundo. Atualmente, suas principais linhas de pesquisa são: relações filogenéticas entre os grandes grupos de Aves; diversificação e evolução de biotas; teoria e métodos em sistemática e biogeografia; biogeografia histórica e diversificação da biota Neotropical, com ênfase na avifauna Amazônica.

Os principais interesses de sua pesquisa são compreender que mecanismos influenciam a origem e extinção das espécies, que processos no passado foram responsáveis pela origem dos padrões de diversidade e endemismo que vemos hoje e como a história da Terra se relaciona com a evolução das biotas.

A palestra será na sexta feira, dia 5 de fevereiro, às 17hs, no auditório da Biblioteca do INPA.

O Dr. Cracraft também gostaria de conhecer e conversar com pesquisadores interessados em diversificação e biogeografia da Amazônia, na sexta, dia 5, em horário a ser definido. Quem tiver interesse contactar: camilaribas@gmail.com

Dia 25 de fevereiro recomeçam nossas reuniões quinzenais. Aguardamos sugestões de temas e textos!