Dia 26 de junho de 2012:
Sex and Sociality in a disconnected world: a review of the impacts of habitat fragmentation on animal social interactions
Banks, S. C.; Piggot, M. P.; Stow, A. J.; and Taylor, A. C. 2007. Can J. Zool. 85: 1065-1079.
Discutimos nas últimas semanas hipóteses de origem e manutenção da biota amazônica, chamando a ateção para a importância de adequar a escala temporal dos etudos em biogeografia, buscando associações entre a idade de diversificação de linhagens e a idade de eventos hipotetizados como promotores da diversificação estudada (e.g. formação de drenagens e interflúvios, cadeias de montanhas, refugios florestais). Discutimos o efeito dos grandes rios para especiação alopátrica através de vicariancia, e os possiveis efeitos das oscilações climaticas do Pleistoceno, particularmente do Ultimo Maximo Glacial, a 18 kya, na re-organização da distribuição geográfica de espécies amazônicas, mediada por frgamentação de ambientes florestais em um period mais frio e seco. Durante essas discussões, surgiram questões sobre a relevância de atributos da história natural de cada espécie, que poderiam afeta-las diferentemente em caso de alterações nos ambientes que ocupam, como por exemplo padrões de movimentação e capacidade de dispersão, especificidade de habitat, dieta, sistemas reprodutivos e comportamentos sociais. Assim, discutimos a seguir um artigo de revisão sobre as possiveis alterações geográficas e demográficas em populações e espécies decorrentes da fragmentação de habitats, mediadas por aspectos de suas histórias naturais e, em particular, de suas interações sociais. O artigo expõe que, apesar da extensa literature sobre os efeitos da fragmentação de habitats sobre a distribuição e abundância de espécies, estudos sobre os mecanismos que podem afetar esses padrões, como atributos da história de vida de organismos, ainda são raros. Os autores discutem que as interações sociais são aspectos da história de vida com importantes consequencias para o sucesso reprodutivo dos indivíduos, e que apresentam diferenças entre populções de acordo com variações geográficas e em dinâmicas populacionais. Com isso, eles indicam que a fragmentação florestal pode afetar as interações sociais e esses efeitos podem contribuir para a viabilidade de populações e padrões de distribuição e abundância de espécies em ampla escala geográfica. A revisão aborda alterações em fatores que afetam estrategias sociais, incluindo disponibilidade de recursos (qualidade do habitat e distribuição das manchas de recursos), interações inter-especificas (pradador-presa, parasitas-hopsedeiros) e sexo (disponibildiade de parceiros e risco de endocruzamento). Os estudos apresentados ilustram alterações em estrategias sociais que incluem mudanças na taxa de sobreposição de territórios, territorialidade, tamanho de grupo e sistema de acasalamento. As respostas são classificadas pelos autores como passivas, quando impostas por restrições da nova configuração da paisagem (e.g. aumento de trasnmissão de parasitas por contato devido ao amento do tamanho de grupo ou falta de pareamento reprodutivo), ou adaptativas, quando existe resposta social a nova configuração do ambiente (e.g. alternar entre monogamia e poligamia em resposta a mudanças nas razões sexuais, a s quais podem se alterar devido a dispersão diferencial entre sexos em paisagens fragmentadas). Os autores sugerem que estudos futuros poderão contribuir testando as consequencias dessas mudanças para o sucesso reprodutivo individual, o que ainda não esta claro. Discutimos na reunião que a natureza do estudo não permite generalizações sobre os efeitos de diferentes historicos de fragmentação, como por exemplo o efeito do tipo de matriz da paisagem fragmentada, ou mesmo sobre a variação em suscetibilidade de cada grupo taxonomico devido as suas caracteristicas intrinsecas.
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